Os benefícios e importância da Fisioterapia

Fisioterapia é apenas para quando temos dor?

Por vezes pensa-se que um problema no ombro está exclusivamente relacionado com alterações nas articulações, nos músculos, tendões e/ou ligamentos naquele ombro; ou que um problema no joelho esquerdo tem origem nas articulações, músculos, tendões ou ligamentos daquele joelho, e por aí em diante. Apesar deste facto, hoje em dia, sabe-se que não é bem assim que funciona.

A Fisioterapia preconiza, cada vez mais, uma visão mais abrangente do ser humano, com base em princípios biomecânicos, em anatomofisiologia, e relação com outras áreas de conhecimento (naturopatia, acupuntura, osteopatia, quiroprática, entre outras).

Quando recorre a um fisioterapeuta para tratar uma inflamação nos tendões do ombro (as comummente faladas “tendinites”), pode vir a descobrir que afinal o problema não é dos tendões na frente do ombro, mas sim dos músculos da omoplata e de uma coluna dorsal demasiado rígida ou com limitações nos movimentos, sendo a “tendinite” uma consequência. Ou até mesmo que afinal a sua dor no ombro tem origem na coluna cervical.

Quando sente uma dor na coluna e procura ajuda, o seu tratamento pode passar por corrigir uma disfunção no pé ou por aprender a alongar alguns músculos dos membros inferiores. Um dos métodos que se pode utilizar para este efeito é a Reeducação Postural Global criada por Philippe Souchard, fisioterapeuta Francês, ou o seu método com auto-posturas, o Stretching Global Activo.

Gray Cook, um dos maiores pensadores da actualidade sobre temas como o treino e a reabilitação física, defende uma lógica designada por “joint by joint approach”, isto é, abordagem articulação por articulação. Isto significa que existem articulações mais propensas a instabilidade e que, por esse motivo, beneficiam com treino de estabilidade e controlo motor; mas também existem articulações mais propensas a rigidez e, como tal, que mais beneficiam de treino de mobilidade e flexibilidade.

exercício de fisioterapia

Ora vejamos alguns exemplos deste tipo de raciocínio clínico:

A Raquel (nome fictício) chega ao gabinete com queixas de dor na região da anca e na região lombar, com alguns meses de evolução, e relata dificuldades acrescidas em realizar o agachamento além dos 90º, por dor na região da virilha.

Na história clínica procura-se perceber se já tinha havido lesões ou queixas associadas a esta mesma articulação, mas também se fazem questões relativamente a dores, lesões ou desconfortos associados a outras regiões do corpo.

No caso da Raquel, existia trauma anterior (entorse grau II – tema para outro post brevemente ) associado a entorse na articulação do tornozelo – há mais de 2 anos, com restrição de mobilidade na flexão dorsal (o tornozelo dobrava menos do que o outro).

Nesta lógica de Gray Cook, através da avaliação dinâmica (com testes de agachamento, agachamento com as mãos acima da cabeça e lunge) conseguimos analisar as restrições de movimento, que se verificavam nos tornozelos, ancas e coluna dorsal.

Além dos testes dinâmicos, efetuam-se ainda teste específicos para as regiões afetadas e com base nessas restrições define-se o plano de tratamento com base em terapias manuais, mobilizações e exercício terapêutico.

Hoje em dia, a Raquel continua com o seu plano de tratamento e a efetuar visitas regulares ao seu fisioterapeuta com objetivo de potenciar a sua saúde e bem-estar, e ao mesmo tempo de prevenir novas queixas readaptando o seu plano de treino.

Se esteve lesionado e está a pensar voltar a treinar, ou se está com dúvidas acerca do que pode fazer para retomar os treinos, fale com o seu fisioterapeuta. Uma das mais valias do trabalho em equipa é precisamente a comunicação entre os profissionais, neste caso entre fisioterapeuta e personal trainer. Na recuperação de lesões esta fase de transição entre o tratamento na clínica e a readaptação ao movimento e exercício é crucial. Para o ajudar a retomar os treinos conte com a ajuda dos nossos Personal Trainers.

Sara Costa.

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Vida Saudável – um conjunto de escolhas

Será que temos poder e responsabilidade sobre a nossa saúde?

Os estudos mais recentes na área dizem-nos que sim. Desde médicos de família (Dr. Mark Hyman), neurologistas (Dr. Daniel Amen , Dr. David Perlmutter), a nutricionistas, a psicólogos e psiquiatras (Dr. Augusto Cury), naturopatas, entre tantos outros profissionais (Dr. Joe Dispenza) da área das ciências da saúde. Todos eles, cada um à sua maneira, procuram informar e ensinar-nos que a nossa saúde, seja física ou mental, depende em muito das nossas escolhas diárias.

A ciência diz-nos que o frio é apenas a ausência de calor, a escuridão é a ausência de luz. Então será que poderemos definir a doença como ausência de saúde (e não a saúde como ausência de doença!)? Considerando que o calor e a luz são a norma, a saúde também deverá ser a norma. Porque será que algumas pessoas chegam aos 70 e 80 anos sem tomar medicamentos e repletas de saúde, independentemente de a sociedade os designar de “velhos”, e outras não?

Já tratei homens e mulheres com 87, 88 e até alguns com mais de 90 anos. A pessoa com mais idade que já tive oportunidade de tratar, que nunca tinha feito fisioterapia e que me disse que raramente estava doente ou tinha dores, tinha 82 anos…e foi à fisioterapia porque com essa idade caiu e fez uma fratura do punho, e precisou de tratamento.

Apesar deste exemplo, todos nós conhecemos pessoas que estão sempre a queixar-se de dores, algumas que conseguimos adivinhar a dor que sentem pois está espelhada na sua cara e corpo, outras que nem tanto. Todos nós conhecemos pessoas que gostariam apenas que alguém lhes desse uma ideia de como se tratarem, pois estão cansadas de sofrer. Eu acredito que podemos chegar aos 70 ou 80 anos e viver sem dores, viver com saúde. E acredito porque já o vi!

Até certo ponto, a nossa saúde depende do nosso empenho nela, do quanto queremos realmente ser saudáveis, e fazer escolhas diárias que nos permitam sentir e viver de forma holisticamente saudável. Sabe-se que existem alterações genéticas que predispõem para determinadas doenças, mas também se sabe que as nossas escolhas (ambiente em que vivemos, stress, dieta, toxinas e exercício) têm influência na nossa saúde e na expressão genética.

Um dos princípios fundamentais da naturopatia (Logan e Selhub, 2012) é: Vis Medicatrix Naturae , que significa a força curativa da natureza. Isto significa que o seu corpo é o verdadeiro terapeuta, tem capacidades inatas de autocura , o que o terapeuta (fisioterapeuta ou outro) pode fazer é facilitar esse processo natural, através de recursos tradicionais ou alternativos. Do ponto de vista do tratamento integrativo / holístico, a pessoa voltará a ficar doente caso não sejam abordadas as causas subjacentes dessa doença.

Não sou eu nem outro profissional que vai tirar as suas dores, que vai fazer desaparecer as suas queixas. É você. Sim, isso mesmo… o terapeuta apenas o ajuda. Cada um de nós é responsável pela nossa saúde. Sejamos realistas… Não faz sentido, sinceramente, pensar que vai à fisioterapia tratar das suas dores nos ombros e pescoço para daí a umas horas estar em stress em frente ao computador, irritado porque o fornecedor não lhe respondeu, ou porque se sente atulhado em trabalho, a encomendar uma pizza, sandes ou outra fast-food para comer entre um telefonema e outro, não se permitido ter tempo para cuidar de si mesmo.

Com esta nova consciência, pode começar hoje mesmo a cuidar mais de si, a ter escolhas mais saudáveis por si próprio. Para este efeito deixo-lhe duas sugestões com base nos autores aqui referidos anteriormente.

Leituras sugeridas para autoconhecimento:

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